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História &
Memória da
CEU
História
Memória
A Casa do Estudante Universitário do Paraná (CEU) foi fundada em 1948, por iniciativa de sucessivas movimentações estudantis e a patronagem da primeira dama do estado do Paraná na época, Hermínia Lupion. Constituída num casarão histórico localizado próximo ao Passeio Público, a CEU recebe estudantes ininterruptamente desde a sua fundação, e é referência como a maior casa de estudantes em regime de autogestão da América Latina. Estruturada num sistema de divisão de tarefas que possibilita sua manutenção, representação legal e personalidade jurídica, foi força motriz da mobilização estudantil ao longo da história do Paraná, notadamente durante a oposição à ditadura militar.
sobre a CEU – contexto
fundação da CEU
"A casa do Estudante Universitário do Paraná nasceu oficialmente numa noite de quarta-feira, 11 de agosto de 1948, em meio ao inverno curitibano. Localizava-se na avenida João Pessoa, 44, no coração da cidade. Um ponto privilegiado, pois ali era, mais precisamente, a Cinelândia Curitibana. Curitiba contava, na época, com uma população estimada em 180 mil habitantes e uma de suas maiores diversões era justamente o cinema.
Justamente nesse espaço de efervescência cultural, com nomes reluzentes de astros nacionais e internacionais, valorizando os letreiros das salas cinematográficas, é que foi criado um lar para estudantes de poucos recursos que se batiam em honrar seus compromissos. Imóvel tímido, discreto, porém de importância ímpar aos seus moradores. Ali iriam residir 144 universitário.
A inauguração contou com as presenças do então governador Moysés Lupion, de sua esposa Hermínia Lupion – patronaisse da “Campanha Pró Casa do Estudante Paraná”, como registrou o jornal Gazeta do Povo no dia seguinte –, demais autoridades e muitos estudantes. À frente da classe estudantil estava o acadêmico de medicina Oséas de Castro Neves, presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE). Líder nato, alguns meses depois assumiria a presidência da recém-criada CEU."
o movimento estudantil
O movimento estudantil foi parte importante da resistência contra o arbítrio imposto pela ditadura militar. Parte considerável dos estudantes residentes na CEU se articularam na imprensa, e fizeram diversos protestos, notas de repúdio e representações nos veículos de comunicação. Este valoroso protagonismo faz parte da história da casa, e foi compilado em livros e materiais arquivísticos internos, que foram recuperados para a realização desta exposição.
É interessante observar que a relação dos estudantes, resistentes à ditadura, com o governo paranaense e brasileiro nem sempre foi beligerante. Nas suas origens, profundamente vinculada à patronagem oferecida pela primeira dama Hermínia Lupion, a Casa constituiu uma memória oficial, que passa necessariamente pelo culto à imagem da filantropa. Zeca Corrêa Leite e Cláudia Santos, autores do livro Ceuenses de todos os tempos retratam o governador e sua esposa de maneira majoritariamente positiva. A construção da CEU seria, portanto, fruto de uma “sensibilidade às questões sociais” tida por uma “figura benévola e discreta”, logicamente Hermínia.
A relação de pacífica entre líderes políticos e estudantis cresceria nas décadas seguintes, e consolidaria, durante os tempos áureos da casa (entre das décadas de 40 e 50) uma relação de cordialidade mútua. Essa percepção começaria a mudar já no governo de Jânio Quadros (1961), e se aprofundaria em direção à crise e ao confronto quando do golpe civil-militar de 1964.
a CEU, os ceuenses e
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